quinta-feira, 28 de novembro de 2013

A Imaculada Conceição e o Advento



A Solenidade da Imaculada Conceição 
se celebra no “coração” do Advento.

O tempo do Advento é o tempo 
de Maria por excelência, mais do que qualquer outro tempo litúrgico, 
pois é nele que a vemos 
em mais íntima relação com seu Filho.
O amor de Mãe é, sem dúvida alguma, o mais forte, o mais pleno modo de se relacionar, de “ser para”(esse ad).

É o amor que gesta, gera, nutre e cuida. Maria, desde o início da criação, é Aquela que foi “concebida”, no projeto de Deus, para realizar esta missão de amor, missão paradigmática para todas as mães, de todas as épocas e idades.

 Maria é plenamente Mãe porque é a nova Eva, a mãe de todos os que estão vivos. Aquela que se encontra unida 
ao Filho de Deus “por vínculo estreito e indissolúvel”(Cf. LG 53) e, 
por isso mesmo, sem o pecado original.
Se o Senhor veio no primeiro Natal, 
por meio de Maria, 
o mesmo Senhor vem, ainda hoje, 
nos nossos natais litúrgicos, 
também através d’Ela.




Em Maria, se cumpre, então, o mistério do Advento. 
Ela é a aurora que precede, que anuncia, que traz em seu seio 
o Dia Novo que está para surgir.


Assim como na aurora se projeta a luz do Sol, de onde surge a vida, assim também, em Maria Imaculada, se reflete o poder da Redenção, do Sol da Justiça, do Salvador que está para vir. A Solenidade da Imaculada Conceição, no tempo do Advento, constitui desta forma, a mais profunda preparação para o Natal.
“Faça-se em mim segundo a tua Palavra!” (Cf. Lc 1,37).





Maria nos mostra, pela vinda do Verbo a seu corpo, 
através de sua humildade radical, como nós, seus filhos, 
podemos também nos tornar sinais desta presença, 
deste amor, desta misericórdia infinita de Deus, em nossas ações. 
O Verbo Eterno pode também estar vivo 
dentro de nós, pela graça. 
Somos habitados por Deus.

Maria nos ensina ainda como devemos ser quando hospedamos, pela graça, o Filho de Deus em nós.
 
A primeira resposta de Maria 
ao dom da maternidade divina 
foi sair de si mesma e servir. 
Ela vai logo ver sua prima Isabel 
que está esperando um bebê 
e precisa de ajuda. 
Ela foi socorrer alguém em necessidade, 
não com palavras bonitas, mas 
com ações, com atos concretos 
de ajuda, de serviço, de amor. 


Maria nos ensina, pois, que fazer a vontade de Deus 
e não a nossa, é viver o nosso agora histórico na forma 
mais prática e simples possível, em extrema doação. 

Deus se nos manifesta sem que façamos nada de espetacular. 
Quanto mais nos doamos mais recebemos. 
Se formos transformados pela vinda do Filho de Deus, 
todos, em torno de nós, também o serão.

Que como Maria, nesta Sua Solenidade da Imaculada Conceição, em pleno Advento, possamos também nós exclamar: 

“Seja feita a Tua Vontade!”
E, assim, o Fiat de Maria na Encarnação 
e o nosso se unem ao FIAT de Jesus na Cruz, 
em uma só oração, em uma só ação.
 
Eis o sentido pleno da Liturgia 
do dia 08 de Dezembro!*


FELIZ ADVENTO COM NOSSA SENHORA 
DA IMACULADA CONCEIÇÃO!


*Por: DOM EURICO DOS SANTOS VELOSO 
ARCEBISPO EMÉRITO DE JUIZ DE FORA, MG.

http://www.catequisar.com.br/texto/colunas/eurico/41.htm

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

AVALIAÇÃO DA CATEQUESE

AMIGOS (AS) CATEQUISTAS!!!
Natal...
Final de ano... 
É hora de planejamento para o próximo, buscando acertar mais, 
crescer mais, anunciar mais, celebrar melhor... 
Por isso avaliar é importante!! 
Na sequência temos 2 modelos de avaliação. 
Espero que possa ajudá-los no processo de fazer 
uma catequese sempre mais com o rosto de Cristo!!!
Avaliação da Catequese como meio de crescimento
“Educar na fé é como percorrer um caminho”. Partimos de um lugar, ou seja: 
das condições de vida e de fé dos nossos catequizandos e a partir daí,tentamos chegar a um destino, esse é sempre Jesus, “o caminho de Cristo «leva à vida»“, mas precisamos conhecer o itinerário que nos é fornecido pelos objetivos propostos pelos catecismos e guias e ou aqueles que o grupo define de acordo com o Pároco e ou coordenação.
Para fazer o caminho, usamos determinadas estradas, que são as atividades e método que utilizamos ao longo do ano.
Avaliar é uma atividade de catequese (como qualquer outra, ex.: acolhimento) que deveríamos usar com frequência, para saber onde estamos, em relação ao itinerário previsto e se precisamos fazer correções ou mesmo pedir ajuda. 
Pois quando reconhecemos que não há progressão,quando as dificuldades do caminho não nos deixam avançar, apesar da oração e dos nossos esforços, é indispensável (obrigatório) colocar o problema à coordenação e ao Pároco.
É hora de ancorar o barco e refletir.Porque se continuo a avançar deixando os problemas acumulados dificilmente encontro o caminho, perco o rumo, criando uma falsa caminhada que pode deixar marcas graves.
Ao avaliarmos, temos de fazer perguntas sobre nós mesmos. 
Isso ajuda-nos a ver com mais lucidez o que andamos a fazer.Torna-se mais claro o que fazemos,se estamos a fazer bem ou se estamos a fazer menos bem ou mal. Ao avaliarmos damos significado à catequese. 
Aprendemos a interpretar a realidade e a prever os possíveis efeitos 
para preparar melhor o futuro.
Ao avaliar, estaremos  promovendo a criatividade, evitando repetir os mesmos erros.Ao avaliarmos tentamos melhorar a catequese.
Cada avaliação tem como fim último ajudar os catequistas e os catequizandos a ficarem mais próximos do Evangelho.
O tempo da avaliação é um convite à conversão. É um estímulo a uma maior coerência evangélica. Toda a avaliação de qualidade deve ser integral.
Avaliar o ser, saber e o saber fazer.
Avaliar os conhecimentos e as competências é relativamente fácil; mas julgar o saber ser é muito mais delicado. 
Nunca é demais recordar que não se avaliam atividades- por exemplo: a celebração correu bem – isso não é avaliar o principal- 
o que se deve avaliar é o crescimento, o caminho percorrido pelos catequizandos que então seria: a maioria dos catequizandos celebrou com entusiasmo?
Com esta avaliação não se pretende fazer acusações nem premiar heróis. 
É apenas uma ajuda para vermos melhor o que fizemos. 
O que é sempre um bom ponto de partida para melhorar. 
“O inquérito é anônimo, não escreva o seu nome, mas procura responder dentro da sua realidade”.
Um meio eficaz é buscar inspiração na fonte da palavra de Deus.
Por vezes não basta avaliar somente a catequese.
Também o nosso desempenho pessoal deve ser alvo de reflexão, sem, contudo, cairmos no erro de nos julgarmos melhores ou perfeitos. 
Afinal, cada um tem um ou outro aspecto que pode melhorar, tem um ou outro ponto em que trabalha melhor e pode (e deve) partilhar, ajudar.
Lembre-se que avaliar é
*“rever” o caminho feito, 
*celebrar as vitórias, superar os fracassos e *reavivar as esperanças, mas acima de tudo, *CONVERTER-SE..
Que o Espírito Santo nos ilumine para que esta avaliação seja feita com o coração e fortaleça a nossa vocação de catequistas.
AVALIAÇÃO- ROTEIRO-(verificar e seguir a sequência)
*AVALIAR-ME COMO CATEQUISTA E COMO CRISTÃO 
1-Quais destas experiências de oração te ajudam a rezar melhor
·         Escuta da Palavra de Deus
·         Meditação
·         Oração espontânea de agradecimento ou de perdão
·         Rezar com os salmos
·         Oração organizada com o grupo de catequistas
·         Eucaristia
2-Qual das experiências acima é mais difícil para você? __________ 
3-Qual é a mais útil para ajudá-lo(a) a crescer como cristã(o)?_____________
4-Quais os modos de oração mais úteis para educar os catequizandos à oração? (pode indicar as anteriores ou
outras formas)___________________________________________________________________________________
*EU E OS OUTROS CATEQUISTA
1-Entre todos os momentos que viveu com os outros catequistas,  diga um dos mais fáceis,   um dos mais difíceis e   um os que mais o (a) enriqueceu?

2-O que você mais aprecia nos outros catequistas? 
·         A capacidade de atrair os catequizandos,
·         A  simplicidade,
·         A calma,
·         A preparação,
·         A  constância,
·         A alegria constante,
·         A maturidade espiritual
3-Entre estas atitudes, quais as que mais o (a) desagradam?
·         A inveja,
       A atitude de superioridade,
·         A desconfiança,
·         Estar sempre a lamentar-se de tudo e de todos,
·         O mau exemplo.

COMO MEIO DE CRESCIMENTO
1-Se sente capaz de ir falar com um catequista acerca de atitudes que você acha incorretas ou prefere calar-se?
2-Você sente a necessidade de viver, juntamente com os outros catequistas, experiências de formação espiritual, cultural e catequética? -----------------------(sim)-(não)
- Sugestões: _____________________________________________________
EU E OS CATEQUIZANDOS 
1-Quais as atitudes mais comuns quando estou com os catequizandos?
• Disponibilidade
• Escuta
• Apoio
• Ajuda
• Diálogo
OU

• Impaciência
• Cansaço
• Confronto
• Imposição
• Irritação
EU E EU MESMO (A)
1-Porque optei por fazer catequese?
  • Porque os meus amigos também são catequistas
  • Porque gosto de crianças
  • Porque o pároco me pediu
  • Porque tenho muito tempo livre
  • Porque me sinto chamado a anunciar o Evangelho
  • Para fazer novas amizades
  • Para me sentir realizado (a)
  • Para me doar de forma gratuita
  • Porque sei que deixa a minha família contente
2- Sinto-me apoiado pela comunidade cristã?
3- Qual destas expressões é mais acertada?
  • Sou catequista porque os catequizandos precisam de mim
  • Preciso anunciar, testemunhar, dizer que creio em Deus
4- O ser catequista fez amadurecer a minha experiência de fé?
5- Quais as descobertas, positivas e negativas, que fiz na minha personalidade e no meu caráter?
6- O que aprendi este ano ao fazer catequese?
7- Os catequizandos “pedem” muitas coisas ao amigo mais velho (=catequista) que os acolhe, que reza com eles, que canta, que prepara as festas, que os anima… Quais as coisas que me deram mais prazer fazer com eles e quais as que me foram mais custosas?
8- Estarei disponível para continuar na catequese?
EU E MEU PÁROCO
1-Como é meu relacionamento com meu pároco?
2-Sinto seu apoio?
3-Encontro acolhida no meu apostolado?
4-Ele é presente na caminhada catequética?
5-Existe diálogo?
“Irmãos, eu não julgo já ter alcançado Cristo. Uma coisa, porém faço: esquecendo o que fica para trás, lanço-me para o que está à frente. Lanço-me em direção à meta, para conquistar o prêmio que do alto, Deus me chama a receber no Cristo Jesus” (Fl 3, 13-14)

sábado, 16 de novembro de 2013

ATIVIDADES- CRISTO REI












SE VOCÊ NÃO CONSEGUIR IMPRIMIR EU TE ENVIO POR EMAIL:
marisa.afn@gmail.com

NATAL AUTÊNTICO: SER UM "PRESENTE" PARA JESUS




As casas começam a ficar iluminadas....




Os corações começam a ficar mais solidários;
Ninguém quer chegar ao Natal sem ter feito uma obra de caridade....
 As crianças já estão ouvindo falar do Jesus Menino....
 Sabemos que Maria e José estão a caminho de Belém....



É uma festa linda!
A maior e mais bela festa de aniversário!
 Cabe a todos nós, pais, catequistas e familiares, 
não deixar que o materialismo, 
o luxo das comemorações, sobreponha o seu verdadeiro sentido: 
está para chegar o FILHO DE DEUS!




Vamos fazer como os Pastores e os Reis Magos e ir em busca D'aquele
que é o verdadeiro Amor, Caminho, Verdade e Vida.
Busquemos em Jesus, tão pequeno e tão humilde, 
respostas para as perguntas da vida, às vezes, tão difícil.

Vamos até Ele oferecer de presente o nosso coração.

Coloquemos à sua disposição nossos dons para servi-lo 
através de seus filhos, nossos irmãos.



No Natal, é o aniversariante que se faz 
PRESENTE para nós!

Vamos enfeitar nossas casas e também nosso interior 
com tudo o que JESUS nos presenteou....


E seremos também nós, PRESENTES para JESUS!



Catequista Marisa- Paróquia Nossa Senhora do Rosário-Charqueada-SP

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

SOLENIDADE DE CRISTO REI- 2


 
Contexto:

1. A festa de Cristo Rei, instituída por Pio XI, tinha uma finalidade político-religiosa de mostrar o senhorio de Jesus sobre o mundo, acima das situações de ateísmo e falta de religião. Esta festa foi colocada, na reforma litúrgica, no final do ano litúrgico para dar a perceber que Cristo é o centro do universo e para Ele tudo conflui. 



2. Cristo, diante de Pilatos se declara rei da verdade. Ele conhece toda a verdade, por isso dá por ela a vida. A verdade é o desígnio do Pai de implantar no mundo o reino da misericórdia amorosa.
3. Todo o povo de Deus é sacerdotal, isto é, está unido a Cristo para a transformação do mundo em um mundo que sirva a Deus no culto verdadeiro que procede de um coração que ama.

Eduardo Rocha Quintella-
http://www.catequisar.com.br/texto/materia/celebracoes/cristorei/09.htm


Realeza de Cristo

Quando ia ser proclamado Rei pela multidão, que, cheia de admiração, rodeava-lhe, Jesus recusou tal título de honra fugindo e escondendo-se na solidão. Finalmente, na presença do governador romano manifestou que seu reino não era deste mundo.
Este reino nos mostra nos evangelhos com tais características, que os homens, para entrar nele, devem preparar-se fazendo penitência e não podem entrar, mas sim pela fé e o batismo, o qual, embora seja um rito externo, significa e produz a regeneração interior. 



Este reino unicamente se opõe ao reino de Satanás e a potestade das trevas; e exige de seus súditos não só que, separadas suas almas das coisas e riquezas terrenas, guardem ordenados costumes e tenham fome e sede de justiça, mas também que se neguem a si mesmos e tomem sua cruz.
http://www.catequisar.com.br/texto/materia/celebracoes/cristorei/05.htm

Por que Jesus Cristo é Rei?
Desde a antiguidade se chamou Rei a Jesus Cristo, em sentido metafórico, em razão ao supremo grau de excelência que possui e que lhe eleva entre todas as coisas criadas. Assim, diz-se que:

Reina nas inteligências dos homens porque Ele é a Verdade e porque os homens precisam beber Ele receber obedientemente a verdade;



Reina nas vontades dos homens, não só porque n'Ele a vontade humana está inteira e perfeitamente submetida à santa vontade divina, mas também porque com suas moções e inspirações influi em nossa livre vontade e a acende em nobres propósitos;

Reina nos corações dos homens porque, com sua elevada caridade e com sua mansidão e benignidade, faz-se amar pelas almas de maneira que jamais ninguém —entre todos os nascidos— foi nem será nunca tão amado como Cristo Jesus.


Entretanto, aprofundando no tema, é evidente que também em sentido próprio e estrito pertence a Jesus Cristo como homem o título e a potestade de Rei, já que do Pai recebeu a potestade, a honra e o reino; além disso, sendo Verbo de Deus, cuja substância é idêntica a do Pai, não pode ter pouco comum com ele o que é próprio da divindade e, portanto, possuir também como o Pai o mesmo império supremo e muito absoluto sobre todas as criaturas.
Agora bem, que Cristo é Rei o confirmam muitas passagens das Sagradas Escrituras e do Novo Testamento. Esta doutrina foi seguida pela Igreja –reino de Cristo sobre a terra- com o propósito celebrar e glorificar durante o ciclo anual da liturgia, a seu autor e fundador como a soberano Senhor e Rei dos reis.

No Antigo Testamento, por exemplo, adjudicam o título de rei a aquele que deverá nascer da estirpe do Jacó; que pelo Pai foi constituído Rei sobre o monte santo de Sião e receberá as pessoas em herança e em posse os limites da terra. 


Além disso, prediz-se que seu reino não terá limites e estará enriquecido com os dons da justiça e da paz: "Florescerá em seus dias a justiça e a abundância de paz... E dominará de um mar a outro, e do um até o outro extremo do círculo da terra".
Por último, aquelas palavras de Zacarias onde prediz o "Rei manso que, subindo sobre uma burra e seu filhote", tinha que entrar em Jerusalém, como Justo e como Salvador, entre as aclamações das turfas, acaso não as viram realizadas e comprovadas os santos evangelistas?

No Novo Testamento, esta mesma doutrina sobre Cristo Rei se acha presente do momento da Anunciação do arcanjo Gabriel à Virgem, pelo qual ela foi advertida que daria a luz um menino a quem Deus tinha que dar o trono de Davi, e que reinaria eternamente na casa de Jacó, sem que seu reino tivesse fim jamais. 

Finalmente, depois de sua ressurreição, ao encomendar aos apóstolos o encargo de ensinar e batizar a todas as pessoas, sempre e em toda ocasião oportuna se atribuiu o título de Rei e publicamente confirmou que é Rei, e solenemente declarou que lhe foi dado todo poder no céu e na terra.
Mas, além disso, que coisa haverá para nós mais doce e suave que o pensamento de que Cristo impera sobre nós, não só por direito de natureza, mas também por direito de conquista, adquirido a custo da redenção? Tomara que todos os homens, bastante esquecidos, recordassem quanto custamos ao nosso Salvador, já que com seu precioso sangue, como Cordeiro Imaculado e sem mancha, fomos redimidos do pecado. Não somos, pois, já nossos, posto que Cristo nos comprou por grande preço; até nossos próprios corpos são membros de Jesus Cristo.

sábado, 9 de novembro de 2013

SOBRE O NATAL....




Universal, abrangente, calorosa ­ assim é a festa de Natal, que envolve a todos. 
Uma das mais coloridas celebrações da humanidade, é uma grande festa da cristandade, da civilização surgida do cristianismo no Ocidente. 
Época em que toda a fantasia é permitida. Não há quem consiga ignorar a data por mais que conteste a importação norte-americana nos simbolismos: neve, Papai Noel vestido com roupa de lã e botas, castanhas, trenós, renas. 



Até os anti-natalinos acabam em concessões, um presentinho aqui, outro acolá. Uma estrelinha de belém na porta de casa, uma luzinha, um mimo para marcar a celebração da vida, que é o autêntico sentido da festa. Independente do consumismo, tão marcante, o Natal mantém símbolos sagrados do dom, do mistério e da gratuidade. 





Na origem, as comemorações festivas do ciclo natalino vêm da distante Idade Média, quando a Igreja Católica introduziu o Natal em substituição a uma festa mais antiga do Império Romano, a festa do deus Mitra, que anunciava a volta do Sol em pleno inverno do Hemisfério Norte. A adoração a Mitra, divindade persa que se aliou ao sol para obter calor e luz em benefício das plantas, foi introduzida em Roma no último século antes de Cristo, tornando-se uma das religiões mais populares do Império.
A data conhecida pelos primeiros cristãos foi fixada pelo Papa Júlio 1º para o nascimento de Jesus Cristo como uma forma de atrair o interesse da população. Pouco a pouco o sentido cristão modelou e reinterpretou o Natal na forma e intenção. 





Conta a lenda que São Francisco de Assis, querendo comemorar de maneira condigna o nascimento de Jesus, no ano de 1223, entendeu de fazer uma representação do maior acontecimento da Cristandade. Obteve licença do Papa e fez transportar para uma gruta um boi, um jumento e uma manjedoura, colocando o menino Jesus sobre a palha, ladeado pelas imagens de Nossa senhora e São José. 
Dentro dessa gruta, celebrou uma missa, assistida por um grande número de frades e camponesas das redondezas. Durante o sermão, pronunciou as palavras do Evangelho: "colocou-o num presépio, apareceu-lhe nos braços um menino todo iluminado", e a partir daí, a representação dos presépios tornou-se comum e espalhou-se por todo o mundo.




Simbologia

Desde a sua origem, o Natal é carregado de magia. Gritos, cantigas, forma rudimentar do culto, um rito de cunho teatral, o drama litúrgico ou religioso medieval ganha modificações no decorrer dos séculos. Dos templos, a teatralização ganha praças, largos, ruas e vielas, carros ambulantes, autos sacramentais e natalinos. Os dignatários da Igreja promoviam espetáculos. Na evolução da história está a compreensão de todos os símbolos de Natal.



Árvore - Representa a vida renovada, o nascimento de Jesus. O pinheiro foi escolhido por suas folhas sempre verdes, cheias de vida. Essa tradição surgiu na Alemanha, no século 16. As famílias germânicas enfeitavam suas árvores com papel colorido, frutas e doces. Somente no século 19, com a vinda dos imigrantes à América, é que o costume espalhou-se pelo mundo.

Presentes - Simbolizam as ofertas dos três reis magos. Hábito anterior ao nascimento de Cristo. Os romanos celebrava a Saturnália em 17 de dezembro com troca de presentes. O Ano Novo romano tinha distribuição de mimos para crianças pobres.





Velas - Representam a boa vontade. No passado europeu, apareciam nas janelas, indicando que os moradores estavam receptivos.




Estrela - No topo do pinheiro, representa a esperança dos reis-magos em encontrar o filho de Deus. A estrela guia os orientou até
o estábulo onde nasceu Jesus.


 


Cartões - Surgiram na Inglaterra em 1843, criados por John C. Horsley que o deu a Henry Cole, amigo que sugeriu fazer cartas rápidas para felicitar conjuntamente os familiares.







Comidas típicas - O simbolismo que o alimento farto tem na mesa, vem das sociedades antigas que passavam fome e encontravam na carne, o mais importante prato, uma forma de reverenciar a Deus.





Presépio - Reproduz o nascimento de Jesus. O primeiro a armar um presépio foi São Francisco do Assis, em 1223. As ordens religiosas se incumbiram de divulgar o presépio, a aristocracia investiu em montagens grandiosas e o povo assumiu a tarefa de continuar com o
ritual. 





O Ciclo Natalino 
* Rúbia Lóssio

O ciclo natalino inicia-se na véspera do Natal, 24 de dezembro, 
e vai até o dia de Reis, 6 de janeiro. 


Para acompanhar esse período, é preciso manter a ingenuidade 
de uma criancinha, a esperança de um amanhecer ensolarado, 
a ternura de um botão de rosas e a leveza 
de uma linda borboleta no ar. 
A emoção do povo é revelada nos folguedos natalinos 
através de sua ação dramática. 
Temos vários folguedos natalinos, como o pastoril, 
o bumba-meu-boi, a cavalhada, a chegança, 
que fazem referências à Noite de Festas e ao grande dia 
em que Jesus nasceu. 
Desses folguedos, o mais tipicamente natalino é o pastoril religioso, que tem em sua essência a temática da visitação dos pastores 
ao estábulo de Belém onde Jesus nasceu. 




* Rúbia Lóssio é vinculada ao Centro de Estudos Folclóricos Mário Souto Maior e mestre pelo Curso de Mestrado em Administração Rural e Comunicação Rural da UFRPE
http://www.arteducacao.pro.br/homenagem/Natal/natal.htm