terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

A espiritualidade da lâmpada- "Jesus Cristo, a luz do mundo"


  “FAÇA-SE A LUZ!”

Para fortalecer nossa espiritualidade segue uma sugestão 
para vocês realizarem na Pastoral 
Catequética de sua Paróquia:


Antes mesmo que se inventasse 

a roda, a humanidade 

inventou a lâmpada. 

Durante milênios as pessoas utilizaram lamparinas de barro ou metal abastecidas com azeite de oliva,
para afugentar a escuridão da noite. 
E por quê? 




Porque a vida precisa de luz!
 Mesmo os animais que habitam as profundezas dos oceanos, 
aonde não chega a luz solar, 
produzem a sua própria luminosidade para sobreviver; 
encontrar alimentos, afugentar predadores, 
encontrar os irmãos da mesma espécie.

 A luz encontra-se tão ligada à origem da vida 
que o autor do primeiro capitulo do Gênesis sabiamente 
a colocou como a primeira criatura de Deus: 
“Faça-se a luz!”(Gn 1,3). 

Todos os seres vivos existem não para as trevas, 
mas para a luz.



Com a humanidade acontece 
o mesmo. O domínio da tecnologia do fogo foi 
decisivo para que o homem descobrisse como moldar a natureza e sobreviver à noite. Antes disso, a noite era 
a hora da morte, em sobrevinham as feras, 
os ladrões e assassinos.



Por isso, a lâmpada adquiriu também um importante 
significado simbólico de proteção, segurança, orientação, vida. 

Logo as lâmpadas dos candelabros passaram a fazer parte 

dos rituais sagrados das mais diversas religiões.
Para o povo de Israel, a lâmpada possui um significado 
todo particular: lembra nada menos que a Páscoa,
a libertação do Egito, o acontecimento central da fé dos judeus.

Quando saíram da terra da escravidão, os israelitas foram,
guiados por uma coluna luminosa que era a própria
presença do Senhor no meio deles (cf. Ex 13, 21s).

Por isso a celebração judaica do Sábado (Shabbat)
inicia-se com o acender as luzes da casa. 
Essa tradição foi incorporada pelos cristãos à cerimônia 
da Vigília Pascal, em que se abençoa o fogo
e se acende o círio, sinal do Cristo Ressuscitado.

Na Bíblia, a palavra hebraica nir significa,
ao mesmo tempo, “luz” e “lâmpada”.

Esse dado é interessante porque nos faz ver que,
para a mentalidade israelita, é realmente importante,
sobretudo quando ela falta, ou seja, à noite
quando é preciso manter as lâmpadas acesas.
A função da luz é afugentar a treva, 
onde existe morte, medo, desorientações.

Viver na luz, em sentido bíblico e místico,
é viver na presença de Deus, 
viver em constante Páscoa, permitindo
que o Senhor afugente com seu poder
as trevas de nossas escravidões pessoais e sociais.
A luz de Deus é sempre luz de lâmpada, luz que transforma, 
luz feita para eliminar a noite do pecado, da maldade, da morte.






“Tua palavra é lâmpada para meus pés e luz para o meu caminho!” (Sl 119,105)



Para viver na liberdade adquirida na Páscoa, 
Deus presenteou o seu povo
 com a sua palavra. 



Escutar a Palavra e colocá-la em prática é o centro 
da vida religiosa de Israel; 

“Ouve, oh, Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor! 
Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, 
com toda a tua alma e com todas as tuas forças. 
E trarás gravadas no teu coração todas estas palavras 
que hoje te ordeno” (Dt 6,4-6)


A palavra de Deus torna-se para o povo da aliança 
a nova coluna luminosa que aponta a direção da liberdade: 


O mandamento do Senhor é brilhante, 
para os olhos é uma luz!(Sl 19,9)


Para viver na luz, é necessário ouvir a Palavra,
meditá-la, praticá-la, transmiti-la.

Ela é a lâmpada que permite ao povo de Deus perseverar
 no caminho da fidelidade à aliança com Javé:


“Tua Palavra é uma lâmpada para os meus pés 
e uma luz para o meu caminho” (Sl 119,105).

Do contrário, sem ouvir a Palavra,
 Israel retorna à sua escravidão podendo praticar
desumanidades piores do que as que sofria sob o jugo dos egípcios.
Entra aí o papel dos profetas, por meio dos quais Deus continuamente convida seu povo a sair das trevas
deixando-se guiar pela luz da Palavra:

“O povo que andava nas trevas viu uma grande luz.
Para os que habitavam nas sombras da morte 
uma luz resplandeceu!”(Is 9,1)

Para os cristãos essa “grande luz” resplandecente
para toda a humanidade é Jesus Cristo, a luz do mundo:


“Eu sou a luz do mundo!” (Jo 8,12)


Jesus Cristo
é a Palavra do Pai:
Palavra por meio da qual
foi criado o mundo.
Palavra que foi dada
como lâmpada a Israel.
Palavra sempre renovada
na boca dos profetas.




Nessa Palavra eterna, 

“estava a vida e a vida era a luz dos homens. 
Essa luz brilha nas trevas, 
e as trevas não conseguirão apagá-la” (Jo 1, 4-5)

Quando chegou o tempo oportuno, essa
Palavra se fez homem e habitou entre nós” (Jo 1,14),

na pessoa do jovem carpinteiro de Nazaré.
Seu jeito revolucionariamente amoroso de viver, resgatando
a todos os que foram jogados nos porões do mundo
-doentes, prostitutas, pecadores, crianças, pobres, ricos, etc.-

relativizando as hipocrisias religiosas de sua época,
ensinando de modo simples a vontade do Pai,
era nada menos que a Palavra eterna de Deus viva
no meio dos homens, a luz brilhando intensa 
e incomodamente no meio das trevas.
As trevas tentaram apagá-la na noite da cruz. 
Mas a vida brilhou para sempre 


na manhã sem fim da ressurreição!


Cristo é a Lâmpada do Pai, o farol da humanidade, 
“o Sol nascente que nos veio visitar, lá do alto, 
como luz resplandecente, para iluminar os que 
vivem nas trevas e nas sombras da morte” (Lc 1,78). 

É Ele o astro que aquece e ilumina o povo de Deus 
como diz o autor do Apocalipse a respeito da Nova Jerusalém: 

“A Cidade não precisa do sol nem da luz para ficar iluminada, pois a glória de Deus a ilumina e a lâmpada é o Cordeiro” (Ap 21,23)


“Você é a luz do mundo!” (Mt 5,14)





Seguir Jesus é ouvir e viver a Palavra tornada gente 
no seu modo de viver: 

“Eu sou a luz do mundo. 
Quem me segue não andará 
nas trevas, mas terá 
a luz da vida” (Jo 8,12). 






O discípulo de Jesus, no desejo de assemelhar-se ao Mestre 
também se torna lâmpada, luz para transformar o mundo: 

“Você são a luz do mundo!
Ninguém acende uma lâmpada para colocá-la debaixo 
de uma vasilha, e sim para colocá-la no candeeiro, 
onde ela brilha para todos os que estão na casa. 
Assim a luz de vocês brilhe diante dos homens para 
que eles vejam as boas obras que vocês fazem 
e louvem o Pai que está nos céus!” (Mt 5,15-16)

Viver na luz é belo, mas não é fácil.
Também o escuro tem os seus atrativos e seduções.
Às escuras é que se fazem as coisas escondidas,
longe do julgamento alheio.

No escuro, podemos atender os nossos desejos mais
imediatos sem sermos incriminados por ninguém.

Viver nas trevas é bastante cômodo 
e instantaneamente prazeroso. 
É viver como se, pelo menos por um momento, 
Deus, não existisse. 

É viver como se não existisse a verdade, 
a justiça ou a ética. 
Viver nas trevas é tentar esconder-se de Deus, 
como o homem e a mulher no paraíso, 
após terem comido o fruto proibido. (cf. Gn 3,8)

Mas o homem e a mulher não conseguem se esconder de Deus, porque não conseguem esconder-se de si mesmo. 
O ser humano nasceu para a luz- sua alma é luz, 
sua consciência é luz, sua razão é luz que busca a verdade 
e a clareza nas coisas: 

“O espírito do ser humano é uma lâmpada de Javé, 
que sonda as profundezas do ser” (Pr 20,27).



Nossa vocação mais que viver na luz, é sermos luz.

Não uma luz inútil, acesa durante o dia, 
mas uma lâmpada que 
– assim como nosso Senhor Jesus Cristo - 
arde onde as trevas precisam ser afugentadas, 
onde a vida se encontra ameaçada, onde há pessoas 
tratadas como coisas, onde a verdade se encontra distorcida, 
onde a alegria desapareceu, onde o ódio pisoteou o amor. 

“Onde houver trevas que eu leve a luz” (São Francisco de Assis).







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Olá! Muito obrigada pela visita. A Paz de Jesus e o Amor de Maria!
Abraço fraterno,

Marisa