Leitura
para os catequistas
Quarenta
dias antes da Páscoa, a Igreja abre solenemente o tempo de penitência, chamado
Quaresma, em preparação para a celebração da Páscoa. É A QUARTA-FEIRA DE CINZAS!
Neste
dia, após a Liturgia da Palavra, em que se proclama o trecho do Evangelho em
que Cristo recomenda a oração, o jejum e a esmola como exercícios de conversão
(cf. Mt 6,1-18), realiza-se o rito da imposição das cinzas. Elas são sinal de
penitência, no sentido de conversão. A conversão consiste, sobretudo, no
reconhecimento de nossa condição de criaturas limitadas, mortais e pecadoras.
No gesto de imposição das cinzas sobre a cabeça das pessoas, o sacerdote ou o
ministro diz: “Convertei-vos e crede no Evangelho”. A conversão consiste em
crer no Evangelho. Crer é aderir a ele, viver segundo os ensinamentos do Senhor
Jesus. Pode-se usar também a fórmula tradicional: “Lembra-te que és pó e ao pó
hás de voltar”. Numa das orações de bênção das cinzas se diz: “Reconhecendo que
somos pó e que ao pó voltaremos, consigamos, pela observância da Quaresma,
obter o perdão dos pecados e viver uma vida nova, à semelhança do Cristo
ressuscitado”.
A
origem das cinzas usadas tem seu significado. Elas são preparadas pela queima
de palmas usadas na procissão de Ramos do ano anterior. Lembram, portanto, o
Cristo vitorioso sobre a morte. A palma é símbolo de vitória e de triunfo.
Assim, se os cristãos aceitam reconhecer sua condição de criaturas mortais, e
transformar-se em pó, ou seja, passar pela experiência da morte, a exemplo de
Cristo, pela renúncia de si mesmos, participarão também da vida que ressurge
das cinzas.
O que é a Quaresma
É tempo
de escuta da Palavra de Deus, de conversão e de reconciliação com os
irmãos e com Deus.
O
tempo quaresmal é o tempo litúrgico de conversão, no qual a Igreja marca
para nos preparar para a grande festa da Páscoa. É tempo para nos
arrependermos dos nossos pecados e de mudar algo de nós para sermos
melhores e poder viver mais próximos de Cristo.
A
Quaresma dura 40 dias; começa na Quarta-feira
de Cinzas e termina no Domingo
de Ramos. Ao longo deste tempo, sobretudo na liturgia do domingo, fazemos
um esforço para recuperar o ritmo e estilo de verdadeiros fiéis que devemos
viver como filhos de Deus.
A
cor litúrgica deste tempo é o roxo, que significa luto e penitência.
É
um tempo de reflexão, de penitência, de conversão espiritual; tempo e
preparação para o mistério pascal. Na Quaresma, Cristo nos convida a mudar de
vida.
A
Igreja nos convida a viver a Quaresma como um caminho a Jesus Cristo,
escutando a Palavra de Deus, orando, compartilhando com o próximo e praticando
boas obras.
Nos
convida a viver uma série de atitudes cristãs que nos ajudam a parecer mais com
Jesus Cristo, já que por ação do pecado, nos afastamos mais de Deus. Por
isso, a Quaresma é o tempo do perdão e da reconciliação fraterna. Cada
dia, durante a vida, devemos retirar de nossos corações o ódio, o rancor, a
inveja, os zelos que se opõem a nosso amor a Deus e aos irmãos.
Na
Quaresma, aprendemos a conhecer e apreciar a Cruz de Jesus. Com
isto aprendemos também a tomar nossa cruz com alegria para alcançar a
glória da ressurreição.
Duração da Quaresma
A
duração da Quaresma está baseada no símbolo do número quarenta na Bíblia.
Nesta, é falada dos quarenta dias do dilúvio, dos quarenta anos de
peregrinação do povo judeu pelo deserto, dos quarenta dias de Moisés e de
Elias na montanha, dos quarenta dias que Jesus passou no deserto
antes de começar sua vida pública, dos 400 anos que durou o exílio dos judeus
no Egito.
Na
Bíblia, o número quatro simboliza o universo material, seguido de zeros
significa o tempo de nossa vida na terra, seguido de provações e
dificuldades.
A
prática da Quaresma data do século IV, quando se dá a tendência a
constituí-la em tempo de penitência e de renovação para toda a Igreja, com a
prática do jejum e da abstinência. Conservada com bastante vigor, ao menos em
um princípio, nas Igrejas do oriente, a prática penitencial da Quaresma tem
sido cada vez mais abrandada no ocidente, mas deve-se observar um espírito
penitencial e de conversão.
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