segunda-feira, 21 de outubro de 2013

FINADOS- “Não morro, entro na vida”- Sta Terezinha






O dia de finados, é dia de reflexão, de saudade e de esperança.

A morte é ainda assunto-tabu, recalcado, silenciado. 






Preferimos viver como se a morte não existisse. 
Mas, na sociedade atual a morte é também trivializada 
com as guerras, calamidades, eutanásia, aborto, 
acidentes com auxílio da mídia. 
Há os que preferem fazer da morte uma experiência soft, 
é a “morte-soft”, relegada aos hospitais, funerárias e religiões. 
Aí a morte é maquiada, relativizada pelas instituições, 
chamada também de “morte digna”.
Muitos de nós vivemos uma “vida inautêntica”, 
uma existência falsa porque não nos permitimos 
refletir e aceitar a morte.



A dura realidade é que a morte faz parte da vida, é o fim do curso vital, 
é uma invenção da própria 
vida em sua evolução. 
Morrer é uma experiência profundamente humana. 






















Aliás, é a morte que confere um certo gosto e encanto à vida, pois se tudo fosse indefinidamente repetível, a vida se tornaria indiferente, insossa e até desesperadora. 
E então, a morte é um bem, uma manifestação 
da sabedoria do Criador. 

“Nada mais horrível que um eterno-retorno” (Sto Agostinho). 

Vemos assim que a morte não se opõe à vida, mas ao nascimento. 
A vida humana será sempre uma “vida mortal”, 
só na eternidade teremos uma “vida vital”.




Para os que creem na eternidade, a morte é porta de entrada da vida, o acesso a uma realidade superior, a posse da plenitude. 
Assim a morte é um ganho, verdadeira libertação, uma bênção que livra a vida do tédio. 



Porém, do ponto de vista racional ou filosófico, a morte repugna. 
Budha escreveu: “O homem comum pensa com indiferença na morte de um estranho, com tristeza na morte de um parente e com horror na própria morte”. 


Outro pensador, Epiteto, disse: “Quando morre o filho 
ou a mulher do próximo, todos dizem: é a lei da humanidade. 
Mas, quando morre o próprio filho ou a própria mulher, 
o que se ouve são gemidos, gritos e lágrimas”.


A ressurreição de Jesus trouxe uma revolução em relação à morte, 
transformou o “poente em nascente”, 
Cristo “matou a morte”. 
Bem escreveu o poeta Turoldo: 
“morrer é sentir quanto é forte 
o abraço de Deus”. 


O fim transforma-se em começo e acontece 
um segundo nascimento, a ressurreição.
“Então, descansaremos e veremos. 
Veremos e amaremos. Amaremos e louvaremos. 
Eis o que haverá no Fim que não terá fim” (Sto Agostinho). 
A fé nos garante que a morte não é uma aniquilação da vida, 
mas uma transformação. 
O homem vive para além da morte. 
Não precisa reencarnar. 
Creio na ressurreição da carne e no mundo que há de vir. 
A morte será então a maior festa da vida porque com ela 
dá-se o início da plena realização da pessoa humana. 
Habitaremos com Deus com um corpo incorruptível, 
espiritual e glorioso. 


Com Santa Terezinha, todo cristão pode dizer: 

“Não morro, entro na vida”. 
A morte não é apenas um fim, ela é também e principalmente um começo. 
É o início do dia sem ocaso, da eternidade, 
da plenitude da vida. 
A vida é imortal espiritualmente falando. 



Na morte chegamos a ser plenamente 
“ Teu rosto Senhor é nossa pátria definitiva”. 
No céu veremos, amaremos, louvaremos, diz Santo Agostinho. 

A participação na vida divina faz brotar 
em nossos corações, assombro e gratidão. 



Sem fé, porém a morte é absurdo, inimigo, derrota, ameaça, humilhação, tragédia, vazio, nada. 
Na fé, a morte é irmã, é condição para mais vida, é coroamento e consumação; 
é revelação e glória do bem.




Por fim, a morte tem um valor educativo: 
ensina o desapego da propriedade privada, 
iguala e nivela todas as classes sociais, 
relativiza a ambição e ganância, 
ensina a fraternidade universal na fragilidade da vida, 
convida à procriação para eternizar a vida biológica, 
rompe o apego a circuito fechado entre as pessoas 
mesmo no matrimônio, 
leva ao supremo conhecimento de si 
e oportuniza a decisão máxima 
e a opção fundamental da pessoa. 


Para morrer bem, é preciso viver fazendo o bem: 
“levaremos a vida que levamos”. 
O bem é o passaporte para a eternidade feliz 
e o irmão que ajudamos será o avalista de nossa glória no céu: 

“Vinde benditos !”



Dom Girônimo Zanandréa

http://www.catequisar.com.br/texto/materia/celebracoes/finados/18.htm

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Olá! Muito obrigada pela visita. A Paz de Jesus e o Amor de Maria!
Abraço fraterno,

Marisa